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Por Lugares Incríveis Simbologias do Filme

  • Foto do escritor: Vinicius Monteiro
    Vinicius Monteiro
  • há 6 dias
  • 6 min de leitura
Por Lugares Incríveis

Dirigido por Brett Haley e lançado em 2020, "Por Lugares Incríveis" nos convida a embarcar em uma jornada tocante e agridoce através dos olhos de Violet Markey (Elle Fanning) e Theodore Finch (Justice Smith). Baseado no romance de Jennifer Niven, o filme explora a fragilidade da vida e a busca por significado em meio à dor e à melancolia.

 

Violet, ainda lidando com a perda da irmã, encontra em Finch, um garoto fascinado pela morte e obcecado em viver intensamente, um inesperado companheiro. Unidos por um projeto escolar que os leva a explorar lugares esquecidos e belos de seu estado, eles descobrem um no outro um refúgio e uma conexão profunda. A medida que compartilham suas vulnerabilidades e enfrentam seus demônios internos, uma amizade improvável floresce, tingida por momentos de alegria e pela sombra constante de suas lutas pessoais.

 

Embora carregue um peso emocional significativo, o filme também celebra a capacidade humana de conexão, a força da amizade e a busca incessante por instantes de alegria em um mundo imperfeito. Em "Por Lugares Incríveis", o diretor Brett Haley entrega uma narrativa sensível e profunda, repleta de simbolismos que enriquecem a jornada dos protagonistas, Violet e Finch. Através de elementos visuais e narrativos, o filme explora temas como saúde mental, luto, amor e a busca por significado.


 

Lugares Incríveis

 

Os locais que Violet e Finch exploram ao longo do filme representam mais do que simples cenários. Eles simbolizam a busca por beleza e significado em um mundo que, muitas vezes, parece sombrio. Cada "lugar incrível" visitado pelos personagens é um marco em sua jornada de autodescoberta e conexão. Os personagens exploram diversos locais significativos em Indiana, cada um com sua própria história e importância para o desenvolvimento do relacionamento deles e para a jornada individual de cada um. Os principais locais explorados são:

 

O Ponto Mais Alto de Indiana (Hoosier Hill): Eles viajam até o ponto mais alto do estado, um local relativamente discreto, mas que se torna um marco em sua exploração. Para Finch, obcecado com a morte, é um lugar de contemplação do abismo. Para Violet, ainda sofrendo pela perda da irmã em um acidente de carro, a altura evoca o trauma. No entanto, juntos, eles transformam esse local de potencial tristeza em um ponto de partida para a descoberta e para a construção de uma nova perspectiva.

 

O Pé de Meia de Lucille: Um pequeno restaurante local com história, que representa um lugar acolhedor e com memórias para Finch. Este local peculiar, uma coleção de sapatos pendurados em uma árvore, simboliza a memória e a história das pessoas que passaram por ali. Para Violet, que se sente paralisada pela lembrança da irmã, visitar o pé de meia de Lucille a confronta com a ideia de deixar marcas e de que a vida continua, mesmo após a perda. Para Finch, fascinado pelas histórias e pelos detalhes, é um lembrete da efemeridade da existência e da beleza encontrada no ordinário.


A Livraria Usada: A velha livraria em um ônibus escolar abandonado é um santuário para os amantes de histórias e palavras. Para Violet, que outrora compartilhava o amor pela leitura com a irmã, a livraria itinerante reacende essa paixão adormecida. Para Finch, um leitor voraz e pensador profundo, o local oferece um espaço de conforto e compreensão. A livraria simboliza a importância da narrativa em suas vidas e como as histórias podem oferecer refúgio e conexão.

 

Através da exploração desses lugares incríveis, Violet e Finch não apenas descobrem a geografia de Indiana, mas também a geografia um do outro e de si mesmos. Cada parada é um marco em sua jornada emocional, revelando camadas de suas personalidades, seus medos e suas esperanças, culminando em uma história tocante sobre a beleza da vida, mesmo em meio à sua fragilidade. Ao se aventurarem por paisagens desconhecidas, eles se aventuram em suas próprias almas.


 

As Cores

 

A paleta de cores do filme é cuidadosamente construída para sublinhar a dualidade de seus mundos interiores e a evolução de seu relacionamento. Inicialmente, percebemos uma predominância de tons mais sombrios e dessaturados associados a Violet. Após a trágica perda da irmã, seu mundo parece ter perdido o brilho, refletido em roupas, cenários e até mesmo na luz que a cerca. Essa paleta fria e melancólica ilustra seu luto, seu isolamento e a sensação de estar presa em um presente doloroso. Em contrapartida, Finch irrompe em sua vida com uma energia vibrante, frequentemente vestindo cores mais vivas e saturadas, como azuis e verdes intensos. Essas cores espelham sua curiosidade pelo mundo, sua intensidade emocional e sua tentativa constante de encontrar beleza e significado na existência.

 

À medida que Violet e Finch se conectam através de suas "aventuras" pelos lugares incríveis de Indiana, a paleta de cores do filme começa a se transformar sutilmente. Vemos Violet gradualmente incorporando tons mais claros e quentes em suas roupas e no ambiente que a cerca, um reflexo de sua saída da sombra do luto e do despertar para novas experiências. Os cenários que exploram juntos também ganham uma qualidade mais luminosa, especialmente nos momentos de alegria e descoberta compartilhada. Essa transição cromática acompanha a cura emocional de Violet e a influência positiva de Finch em sua vida.

 

No entanto, a sombra da luta interna de Finch também se manifesta através de cores, por vezes em tons mais neutros e opacos que podem surgir em seus momentos de introspecção e vulnerabilidade. Essa sutileza cromática nos lembra da complexidade de seu personagem e da batalha silenciosa que ele enfrenta.

 

Em suma, as cores em "Por Lugares Incríveis" não são meros detalhes visuais, mas sim um componente narrativo essencial. Elas pintam a jornada emocional de Violet e Finch, a força de sua conexão e a delicada dança entre a luz e a sombra que permeia suas vidas, enriquecendo a experiência do espectador e aprofundando a compreensão de seus sentimentos mais íntimos.


 

A Água

 

A água transcende sua função básica de elemento natural, tecendo-se sutilmente na narrativa como um símbolo multifacetado das jornadas emocionais dos protagonistas, Violet Markey e Theodore Finch. Inicialmente, a água se manifesta como um lembrete constante da fragilidade da vida e da proximidade da morte. A lagoa, palco da tentativa de suicídio que une os dois jovens, carrega o peso do desespero e da vulnerabilidade. A profundidade escura da água espelha os abismos internos que ambos carregam, a luta silenciosa contra a dor e a desesperança.

 

Contudo, à medida que Violet e Finch embarcam em suas explorações pelos "lugares incríveis" de Indiana, a água assume novas conotações. Rios sinuosos, cachoeiras imponentes e até mesmo a chuva tornam-se cenários para momentos de descoberta, conexão e até mesmo euforia. A fluidez da água passa a representar a capacidade de adaptação e a busca por seguir em frente, apesar das cicatrizes. Assim como a água encontra seu caminho, moldando a paisagem, Violet e Finch tentam encontrar seus próprios caminhos em meio à dor, moldando um ao outro e descobrindo faíscas de alegria em lugares inesperados. A água, em sua constante transformação, espelha a jornada de ambos, marcada por momentos de turbulência e de calmaria, de estagnação e de movimento.

 

Ao longo do filme, a presença ou a ausência da água em determinados momentos cruciais também se torna significativa. A secura de certos lugares pode simbolizar a aridez emocional ou a sensação de aprisionamento, enquanto a imersão na água pode representar um mergulho nas próprias emoções, um momento de purificação ou até mesmo um retorno à fragilidade. Em última análise, a água em "Por Lugares Incríveis" serve como um espelho das complexas emoções humanas, lembrando-nos da sua força destrutiva e curativa, da sua capacidade de refletir a dor e de abraçar a fluidez da vida, mesmo diante das suas maiores correntezas.


 

A Fotografia

 

Em meio à sua luta contra a depressão e pensamentos suicidas, Finch encontra na fotografia uma forma de se conectar com o mundo e capturar momentos de beleza efêmera. Suas fotos não são apenas registros visuais, mas sim fragmentos de sua busca por significado e alegria em meio à escuridão.

 

Cada clique da câmera de Finch parece congelar um instante de leveza, uma pausa na intensidade de seus pensamentos. Seja a luz filtrando por entre as árvores, a arquitetura peculiar de um lugar esquecido ou o sorriso hesitante de Violet (Elle Fanning), suas fotografias revelam um olhar atento para as pequenas maravilhas que muitas vezes passam despercebidas. Através de sua lente, Finch parece tentar reter a beleza do mundo, como se cada imagem fosse uma âncora para o presente, um lembrete de que, apesar da dor, ainda existem motivos para observar e sentir.

 

A fotografia de Finch, se torna uma linguagem silenciosa, um meio de expressar sua sensibilidade e seu desejo de encontrar beleza e conexão em um mundo que, por vezes, lhe parece opressor. Cada foto é um testemunho de sua capacidade de ver além da superfície, de encontrar poesia nos lugares mais inesperados e, talvez, de vislumbrar uma razão para continuar a existir. É através desse olhar artístico que Finch se revela não apenas como um jovem atormentado, mas também como um observador perspicaz e um apreciador da fugaz beleza da vida.


 

Assistir a "Por Lugares Incríveis" é se permitir sentir uma gama de emoções, desde a tristeza pungente até a alegria sutil dos pequenos momentos. É um lembrete da importância de valorizar as conexões humanas, de encontrar beleza no ordinário e de que, mesmo nos momentos mais sombrios, a esperança pode florescer em lugares inesperados.





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