Vinland Saga Volume 23 Resenha
- Vinicius Monteiro
- 7 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de abr.

★★★☆☆
O Volume 23 de Vinland Saga marca um ponto de virada na jornada de Thorfinn e seus companheiros. Após a intensa saga entre os guerreiros Jomsviking, o foco se desloca para um novo arco, introduzindo novos desafios e aprofundando a complexidade dos personagens. O destaque deste volume é o retorno de Sigurd à Islândia. Após os acontecimentos anteriores, ele precisa enfrentar a figura imponente de seu pai, Halfdan. A relação entre pai e filho, marcada por respeito e rigidez, promete momentos de tensão e revelações sobre o passado de Sigurd.
O ritmo frenético das batalhas que marcaram os volumes anteriores cede lugar a um tom mais contemplativo em Vinland Saga. Este volume, que serve como ponto final para um arco narrativo de grande importância, apresenta um interlúdio repleto de nuances e reflexões, preparando o terreno para a sequência da trama. A ausência de grandes conflitos, no entanto, não diminui a intensidade da experiência, pois a jornada interior dos personagens se revela tão rica e complexa quanto qualquer batalha épica.
Dedicando cerca de cem páginas à jornada marítima de Sigurd em busca de Gudrid, a primeira metade de 'Vinland Saga' Volume 23 acompanha a transformação do protagonista. Ao retornar à Islândia, Sigurd se vê diante de um dilema: enfrentar as consequências de seu fracasso e confrontar Halfdan. Essa experiência desencadeia um conflito interno em Sigurd, que passa a questionar os valores que o guiaram até então. Amadurecido pelas adversidades, o herói decide romper com as expectativas sociais e familiares, assumindo o controle de sua própria vida.
A princípio, a escolha de Sigurd como protagonista deste volume me causou alguma estranheza. Todavia, a narrativa, rica em nuances e emoções, conquistou-me por completo. A jornada de Sigurd, marcada por crescimento pessoal e superação de desafios, culmina em um final que me deixou profundamente satisfeito. A relação especial que ele estabelece com seus companheiros, baseada em lealdade e cumplicidade, é um dos elementos mais tocantes da história.
A decisão de omitir o arco de Miklangard (Constantinopla), embora surpreendente, demonstra uma escolha narrativa acertada. O mangaká provavelmente teria dificuldade em desenvolver uma trama envolvente e coerente nesse contexto histórico, sem comprometer a narrativa principal. No entanto, a aceleração do relacionamento entre Thorfinn e Gudrid foi uma decisão mais controversa. A transição abrupta da amizade para o romance deixou a desejar, faltando um desenvolvimento mais gradual e aprofundado desse vínculo.
Com a expectativa à flor da pele, aguardo ansiosamente o desenrolar do clímax épico de 'Vinland Saga'. A cadência mais lenta desse volume, sem perder a graça, permitiu apreciar a riqueza dos detalhes e a profundidade dos personagens, preparando-nos para o que promete ser um final memorável.
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