Garfield 2 Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 10 de jan.
- 2 min de leitura

★★☆☆☆
Garfield vai à Inglaterra e lá é confundido com Prince, o bicho de estimação de uma condessa falecida recentemente. Prince é o herdeiro de um castelo e é tratado como um rei, do jeito que Garfield sempre quis. No castelo, ele ajuda um grupo de animais a salvar a propriedade das malvadas mãos do lorde Dargis (Billy Connolly).
Enquanto o primeiro filme de Garfield adaptou o humor sarcástico dos quadrinhos para a tela grande, a sequência opta por um caminho mais previsível, com uma fórmula de aventura infantil. Apesar de apresentar algumas cenas divertidas e diálogos espirituosos, 'Garfield 2' não consegue transcender o gênero, perdendo a oportunidade de explorar a complexidade do personagem original e se contentando com um entretenimento leve e esquecível.
A premissa de "Garfield 2" é tão simplista que beira o óbvio, uma variação desgastada do clássico "O Príncipe e o Mendigo" de Mark Twain. Enquanto o primeiro filme fez um esforço para capturar o espírito sarcástico de Garfield presente nas tiras, a sequência abandona essa tentativa, entregando um humor mais infantil e previsível, com gags físicas que soam batidas e fora de lugar.
Uma boa parte do filme é dedicada às travessuras de Garfield e sua turma de animais no castelo. A decisão de utilizar animais reais com falas, similar ao filme "Babe", é uma escolha acertada. A presença de criaturas reais confere ao filme um charme único, contrastando com as animações mais convencionais, que poderiam tornar a imagem de Garfield um tanto peculiar. O realismo dos animais acaba sendo o ponto alto da produção, oferecendo momentos mais divertidos e cativantes.
Billy Connolly é retratado como um vilão unidimensional, carente de profundidade e motivações convincentes, existindo apenas para ser o objeto de humor grosseiro. Jennifer Love Hewitt, embora charmosa, é subutilizada, com pouco tempo de tela para desenvolver sua personagem. Breckin Meyer demonstra desinteresse em sua atuação, enquanto Bill Murray, um comediante talentoso, é limitado por um roteiro que não explora suas habilidades cômicas, reduzindo sua participação à dublagem de um gato CGI.
A busca por um humor mais 'cool' em 'Garfield 2' leva a um desvio completo do tom da franquia. Referências obscuras e piadas que evocam cenas de filmes de terror, como a clara alusão a Hannibal Lecter, tornam o filme incoerente. O resultado é uma experiência desconfortável tanto para crianças quanto para adultos que esperavam uma comédia leve e divertida.
A combinação de animação e atores reais, que não funcionou muito bem no primeiro filme, é aprimorada em "Garfield 2". O humor físico e as situações cômicas garantem a diversão da criançada. Contudo, para os adultos que buscam uma trama mais elaborada, o filme pode parecer simplista. É uma opção divertida para uma tarde em família, mas não espere grandes emoções.
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