Aladdin (Live Action) Crítica Cinematográfica
- Vinicius Monteiro
- 10 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de jan.

★★☆☆☆
Aladdin (Mena Massoud) é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine (Naomi Scott). Aladdin logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar (Marwan Kenzari), que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio (Will Smith) capaz de conceder três desejos ao seu dono.
Após assistir ao live-action de "Aladdin", fica claro que o grande problema do filme reside na mente por trás das câmeras. A escolha de Guy Ritchie para dirigir um grandioso musical romântico da Disney sempre pareceu estranha, e o resultado final comprova isso.
Ritchie, que assume a direção e co-roteiro ao lado de John August, basicamente pegou a estrutura do filme de 1992, adicionou elementos do musical da Broadway e fez algumas modificações no roteiro. O resultado são duas histórias de amor e uma Princesa Jasmine notavelmente atualizada, o que torna-se o ponto alto do filme.
No entanto, o diretor toma decisões peculiares que prejudicam a coesão da obra. Ele quebra a quarta parede em um momento, sem nunca retornar à ideia. Cria uma sequência fantasiosa para "Speechless" que nunca se repete. Salva "Aladdin" do afogamento de forma realista e perturbadora para o público-alvo. Exagera no confronto climático entre heróis e vilões, como nos filmes da Marvel. E até mesmo o voo romântico no tapete em "A Whole New World" se torna angustiante.
As principais músicas de Alan Menken do filme original estão presentes, como "Friend Like Me", "Prince Ali" e "A Whole New World", além de "Speechless", uma nova música escrita por Menken, Benj Pasek e Justin Paul, e interpretada por Jasmine. "Speechless" é fantástica e tem potencial para se tornar o novo hino da Disney, destronando "Let It Go". Lamentosamente, os números musicais são encenados e editados como se Ritchie nunca tivesse visto um musical antes.
Os destaques do filme ficam por conta dos exuberantes figurinos de Michael Wilkinson, a fauna digitalizada e a fusão de hip-hop com Bollywood nas coreografias gloriosas de Jamal Sims. Um ponto negativo, no entanto, é a construção dos cenários do Oriente Médio e do Sul da Ásia, que falham em transportar o público para a história.
Will Smith era a grande incógnita. Como substituir Robin Williams, que deu vida ao Gênio com sua genialidade e humor inigualáveis? Smith, quando azul, é um efeito visual estranho e se esforça demais para imitar Williams. Já em sua forma humana, ele é o Smith de sempre, o que funciona melhor.
No geral, "Aladdin" é um filme divertido, mas frustrante. A nostalgia e os elementos positivos o tornam assistível, mas a direção inconsistente e as escolhas visuais questionáveis o impedem de ser realmente grandioso. Se Guy Ritchie tivesse se concentrado em seus pontos fortes e se a Disney tivesse tido mais controle criativo, este remake poderia ter sido algo realmente especial.
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